DA (I)MORALIDADE EM RIR DE DEUS: ESTEREÓTIPOS E VIRTUDE DISCURSIVA

Resumo

A blasfêmia – neste trabalho entendida, de forma reduzida, como ao ato de rir de Deus – compõe uma das características do que Freud (2006 [1905]) denominou de chistes profanos que, neste artigo, se somam à noção de virtude discursiva (PAVEAU, 2015) para analisar a representação de Deus em uma coletânea de textos humorísticos em que a divindade do cristianismo é central: piadas, tiras cômicas e um vídeo do canal Porta dos Fundos. Constatou-se que o ultraje à figura de Deus torna-se um lugar profícuo de constituição e quebra de estereótipos, além de fonte para acontecimentos discursivos envolvendo os limites entre o sagrado e o profano.