Contribuição ao estudo morfológico dos sulcos da artéria meníngea média em crânios humanos cadavéricos
Resumo
A AMM (Artéria meníngea média) é responsável pela irrigação da dura-máter encefálica e está alojada nos sulcos localizados internamente no osso temporal, tornando-a, assim, vulnerável a lesões hemorrágicas durante os traumatismos cranianos. Devido a estas graves complicações neurovasculares, é necessário um estudo morfológico detalhado dos sulcos ósseos formado por esta artéria durante seu trajeto no crânio, para melhor compreensão do entendimento da avaliação clínica e radiológica, assim como para o planejamento cirúrgico. Sendo assim, a pesquisa teve como finalidade o estudo das ramificações, formatos dos sulcos da AMM e do forame espinhoso, no qual foram correlacionadas com as características do esqueleto humano cadavérico quanto à raça, ao sexo e à idade do óbito. Para isso, foram utilizados 17 crânios secos de esqueletos humanos cadavéricos pertencentes ao Laboratório de Anatomia do Centro Universitário Padre Anchieta. Foram analisados o formato, a quantidade da divisão dos sulcos da AMM e sua localização em relação a outras estruturas anatômicas adjacentes. Os dados foram correlacionados com as características do esqueleto humano referente ao sexo, à raça e à idade do óbito, para que fosse analisada a influência da antropometria na formação desse sulco da AMM. Quanto aos resultados, foram observadas algumas alterações nos padrões da distribuição e ramificação do sulco da artéria meníngea média, assim como a ausência de forames espinhosos em alguns crânios. Diante da análise morfométrica, constatou-se que mulheres acima dos 62 anos apresentam um diâmetro maior do sulco da AMM e do forame espinhoso quando comparadas aos homens. A artéria meníngea média pode se apresentar com uma variedade de características morfológicas distintas, como as que foram apresentadas nesta pesquisa. Dessa forma, torna-se evidente a importância do conhecimento anatômico e suas variações, frente aos diagnósticos e intervenções nos casos de hematomas epidurais.