Contaminação microbiológica e parasitológica de hortaliças
Resumo
Os surtos de doenças de transmissão alimentar afetam milhares de pessoas no mundo todo. As hortaliças estão entre os alimentos mais citados em casos de surtos de veiculação alimentar. Esses alimentos, quando consumidos crus, podem veicular várias espécies de patógenos, sendo a alface (Lactuca sativa) a hortaliça folhosa mais consumida no Brasil. Este estudo teve como objetivo analisar hortaliças do município de Jundiaí/SP quanto à presença de micro-organismos e parasitos. Foram avaliadas amostras de L. sativa de três locais de cultivo familiar. Para detecção de coliformes totais e de Escherichia coli, 30 gr de alface foram acondicionadas em sacos plásticos estéreis e lavados com 100 mL de água deionizada por 3 minutos com agitação vigorosa. Ao líquido resultante dessa lavagem foi adicionado o reagente Colilert®, posteriormente realizando-se incubação a 35ºC por 24 horas. Para avaliação parasitológica, as hortaliças foram lavadas com 200 mL de glicina 1M, de forma vigorosa, por 3 minutos, e o líquido resultante foi filtrado e acondicionado em cálice de sedimentação por 24 horas. Após esse período, 10 mL do sedimento foram transferidas para um tubo de centrífuga (15 mL), e o volume completado com 5 mL de água deionizada. Após centrifugação (1.120 x g por 5 minutos), 10 μL do sedimento foi retirado, transferido para uma lâmina e corado com lugol para visualização em microscópio óptico. Das 27 amostras de alfaces analisadas, independentemente do bairro onde são cultivadas, em 100% das amostras foram detectados coliformes termotolerantes, enquanto 24 amostras (88,88%) apresentaram E. coli. Em apenas uma amostra de alface foram observadas estruturas sugestivas para ovos e larvas. Esses resultados indicam uma constante contaminação bacterina e a possibilidade de veiculação de parasitos nesses alimentos.
