Avaliação do uso excessivo da oferta de oxigênio em pacientes submetidos à oxigenioterapia em unidade de pronto atendimento
Resumo
O oxigênio é um elemento primordial para o funcionamento do organismo humano. A oxigenioterapia faz parte do tratamento para pacientes que apresentam dificuldades respiratórias, porém, existem critérios para ser utilizada. O oxigênio administrado de maneira adequada pode melhorar significativamente a oxigenação tecidual e a sobrevida em pacientes com condições respiratórias agudas e crônicas. Do mesmo modo que o oxigênio é benéfico quando administrado corretamente, torna-se maléfico quando administrado de maneira incorreta. Apesar do auxílio na melhora da respiração em pacientes com dificuldades respiratórias, em excesso, causa toxicidade pulmonar e efeitos prejudiciais sistêmicos devido ao estresse oxidativo. A oferta de oxigênio necessita de prescrição médica, para alcançar a saturação alvo de acordo com o diagnóstico de cada paciente. Dessa forma, o objetivo deste artigo é avaliar o uso indiscriminado de oxigenoterapia em pacientes de uma unidade de pronto atendimento, a fim de analisar as consequências do uso indiscriminado de oxigenioterapia. Este estudo é de caráter observacional, analítico, descritivo e prospectivo. A amostra é composta por 50 indivíduos, maiores de 18 anos, que estiveram em atendimento no Pronto Atendimento Central, sob o uso de oxigenioterapia, independentemente do dispositivo. A maior frequência de uso dos dispositivos foi de cateter nasal (80%), sendo o dispositivo de oxigenioterapia mais utilizado, seguido da máscara de nebulização (6%), da máscara de venturi (4%) e da máscara não reinalante (2%). A litragem média de oxigênio utilizado foi de 3,3 litros (13%). Dos indivíduos incluídos no estudo, 68% da amostra apresentava prescrição médica para oxigenioterapia. Observou-se que, embora o uso de oxigenioterapia em uma unidade de pronto atendimento siga critérios clínicos definidos, a prescrição médica dos dispositivos de baixo fluxo de oferta de oxigênio nem sempre se adequa ao quadro clínico do paciente.