Vitamina D e Saúde Óssea: Evidências, Controvérsias e Diretrizes de Suplementação
Resumo
A vitamina D, reconhecida mais fortemente como um pré-hormônio do que como vitamina, desempenha papel primordial na regulação do metabolismo do cálcio e do fósforo, essencial para a saúde óssea. Contudo, sua deficiência é um problema endêmico global, associado ao risco aumentado para diversas condições de saúde, abrangendo os sistemas musculoesquelético, imunológico e cardiovascular. Este trabalho teve como objetivo analisar criticamente as evidências científicas atuais sobre a relação entre vitamina D e saúde óssea, discutindo os pontos controversos da suplementação e revisando as diretrizes propostas. A metodologia consistiu em uma revisão bibliográfica narrativa, que analisou 24 artigos científicos, incluindo estudos observacionais, ensaios clínicos randomizados e diretrizes nacionais e internacionais. Os resultados destacaram que a vitamina D é indispensável na gestação, influenciando desfechos maternos e fetais, embora persista o dilema das dosagens ideais. Na infância e adolescência, a hipovitaminose D é associada ao raquitismo e ao comprometimento do pico de massa óssea com fatores de risco variados. Em idosos, a deficiência é comum devido ao envelhecimento, impactando a saúde óssea (osteoporose) e extraesquelética (sarcopenia), com evidências de que doses mais altas podem beneficiar o fortalecimento muscular. Em atletas, apesar da plausibilidade biológica e correção dos níveis séricos, a suplementação não demonstrou impacto significativo direto na força ou desempenho. Controvérsias sobre os níveis séricos ideais, dosagens seguras e a relação com cálculos renais permanecem. Conclui-se que a vitamina D é crucial para a saúde, mas as diretrizes de suplementação ainda geram debates, exigindo uma abordagem individualizada e mais pesquisas para otimizar os desfechos em saúde nas diferentes populações.