BREVE ESTUDO SOBRE A EDUCAÇÃO DO CORPO PELOS SENTIDOS: O MÉTODO INTUITIVO
Resumen
Este artigo apresenta a relação entre a Educação dos Sentidos e o Método Intuitivo para a formação da civilidade ao final do século XIX na província de São Paulo, no intuito de compreender a ideia de modelagem de alunos civilizados. As questões que nortearam o estudo foram: se havia uma educação dos sentidos, organizada por um “método” e este “método” era amparado pela “intuição”, o que significaria, dentro dos ideais de modelamento de cidadãos, ter um método apropriado para tanto? Se o “método” levaria à ideia de organização e controle, qual é a sua relação com a “intuição” que, parece ser ligada a uma essência primitiva dos sujeitos, o contrário da ideia de civilidade? A pesquisa tem como alicerce teórico Norbert Elias e Freud na compreensão do processo civilizatório. As fontes utilizadas foram: o “Preâmbulo” em Lições de Coisas de Calkins, A Reforma do Ensino primário, e várias instituições complementares da Instrução Púbica, Tomos I e II, todos de Rui Barbosa; o Nouveau Dictionnaire de Pédagogie et D’instruction primaire de Ferdinand Buisson. Foi possível observar que o método intuitivo foi o elemento essencial da escola republicana para a formação de cidadãos. Tratava-se de um método, cuja natureza, fonte de todas as verdades, deveria ter um elemento controlador, dado pela escola, representante do Estado na educação republicana. No período, a adoção de um método para a educação era proeminente para inserir os conceitos de civilidade e moral, muito além da moral religiosa, mas uma moral científica, que explicava os valores do trabalho, as diferenças sociais e econômicas presentes na sociedade.