Utilização de suprodutos da cana de açúcar para produção de xilitol
Resumo
O Brasil dispõe de grande variedade de subprodutos agrícolas e agroindustriais,
cujo processamento desperta um grande interesse econômico e social, dentre estes
subprodutos destacam-se palha de cereais, como os de milho, trigo, sabugo de milho,
cascas de arroz, soja e aveia, bagaço de cana de açúcar, dentre outros. Tais subprodutos
precisam ser hidrolisados para que possam ser fermentados e aproveitados
biotecnologicamente. A hidrólise ácida é o método mais utilizado na obtenção de
hidrolisado hemicelulósico de materiais lignocelulósicos, gerando açúcares
fermentecíveis, como por exemplo, xilose e glicose. Além disso, durante essa hidrólise,
pode-se liberar produtos da degradação dos açúcares como furfural e 5-
hidroximetilfurfural (HMF), e outros compostos tóxicos (ácidos fórmico, acético
levulínico e compostos fenólicos) que podem ser considerados inibidores durante o
processo de fermentação, por isso precisam ser tratados, com carvão ativado ou resinas
de troca iônica, para a dimuição da concentração destes compostos. Os hidrolisados
lignocelulósicos, ricos em xilose, podem ser empregados para a produção
microbiológica de xilitol e etanol, uma alternativa ao processo comercial por síntese
química. Várias leveduras, que utilizam xilose como fonte de carbono, são conhecidas
como produtoras de xilitol. Dependendo da especificidade do cofator da primeira enzima
do metabolismo de xilose, a xilose redutase, as leveduras, como Candida
guilliermondii, Debaryomyces hansenii e Candida tropicalis, bem como novas espécies
de Cyberlindnera, são consideradas produtoras de xilitol, um adoçante com
propriedades peculiares, como as da cariogenicidade e do metabolismo independente da
insulina. Este trabalho de revisão se refere à utilização do bagaço de cana de açúcar,
disponível nas indústrias sucroalcooleiras, para a produção microbiológica de xilitol.