ARQUITETURA DE UMA IDENTIDADE: MEMÓRIA E NARRAÇÃO COMO MATÉRIA-PRIMA EM O VALE DA PAIXÃO, DE LÍDIA JORGE
Resumen
Este artigo apresenta uma leitura do romance O Vale da Paixão, de Lídia Jorge, em que é discutida a condição ilegítima da filiação da narradora e suas implicações identitárias. A narradora-protagonista cresceu sem saber o espaço que lhe cabia em meio à família. As ambivalências dessa identidade são narradas em busca de respostas, de estabilização de sua posição identitária. Para isso, o principal instrumento é a memória, único meio de ressignificar o passado e preencher a falta de inteireza que acompanha a narradora: a intereza é alcançada com o remexer do passado, principalmente, dos silêncios e dos esquecimentos familiares.