Modificações antropométricas derivadas de uma periodização clássica no treinamento resistido
Abstract
O treinamento resistido é uma modalidade que vem crescendo no Brasil. Acompanhando esse crescimento, os estudos e as investigações científicas se desenvolvem, numa tentativa de otimizar a prescrição dos exercícios e diminuir os eventuais prejuízos que a prática negligenciada pode causar. Uma das premissas que mais é fundamentada na ciência e que corrobora a apresentação de resultados positivos é a periodização do treinamento, sendo um método eficaz no controle das variáveis envolvidas com essa modalidade. Entretanto, a literatura desta temática carece de estudos que observem os efeitos crônicos do treinamento, comparando diferentes modelos e os efeitos no perfil perimétrico de um praticante já experiente e que nunca tenha executado uma periodização controlada e acompanhada por um profissional de educação física anteriormente. Diante disso, o presente relato de caso aplicou uma periodização clássica de treinamento resistido, seguindo as recomendações de Tudor Bompa, em um indivíduo homem que se classificava, conforme o Colégio Americano de Medicina do Esporte, como avançado na modalidade, praticando-a mais de dois anos consecutivos. Entretanto, esse indivíduo não tinha acompanhamento profissional e desconhecia as bases do treinamento resistido. A perimetria avaliou as principais regiões corporais, seguindo os protocolos de antropometria clássicos, com base nos estudos de Winter. Foram feitas avaliações perimétricas antes do programa de treinamento, após o mesociclo com objetivos de desenvolvimento de força, após o mesociclo que enfatizou a resistência e após o mesociclo que estimulou a hipertrofia muscular. Todas as coletas foram feitas em triplicatas e, posteriormente a isso, foram feitas análises de medidas de tendência central dos resultados obtidos. Os resultados observados foram o aumento do peso corporal do indivíduo após as 12 semanas de treinamento; também foi verificado aumento da perimetria de todas as regiões avaliadas nos membros superiores e na região torácica e femoral. A região da perna não apresentou diferenças perimétricas ao longo do período do estudo, apesar do indivíduo avaliado relatar melhora da percepção de força para os músculos deste local. Portanto, pode-se concluir que a periodização clássica é um método eficiente de treinamento para pessoas avançadas que nunca tiveram um programa de treinamento periodizado ou praticam o treinamento resistido sem acompanhamento.