Avaliação da alimentação de crianças com deficiência
Resumo
Nas crianças com deficiência existem particularidades que podem influenciar no estado nutricional, como na: Síndrome de Down, em que a língua protusa interfere na mastigação e deglutição e há um menor gasto energético por alterações da função tireoidiana; na Paralisia Cerebral, na qual ocorrem lesões cerebrais que podem acarretar em comprometimento motor, na postura e no controle dos esfíncteres; e no Transtorno do Espectro Autista, no qual há um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses e atividades, sendo a alimentação seletiva uma delas. Além de carências nutricionais pela falta de vitaminas e minerais, o aumento de gordura subcutânea é uma alteração preocupante, que ocorre nas três deficiências citadas acima. A fim de avaliar a qualidade da alimentação de crianças com deficiências, questionários sobre dificuldades relacionadas à nutrição e frequência alimentar foram aplicados aos pais destas crianças e os resultados foram avaliados por meio do programa estatístico SPSS. A maior parte das crianças não possuíam dificuldade em mastigar (80,8%), deglutir (96,2%) e digerir (88,5%). Os alimentos mais frequentes foram arroz e feijão cozidos e leite, e os menos frequentes foram sopa pronta, salada de maionese, maionese, ervilha e lasanha. Foi observado que os meninos consomem mais chocolate, crianças sem acompanhamento nutricional comem mais arroz e crianças que foram amamentadas consomem menos leite e mais refrigerante. Conclui-se que há falta de instrução aos responsáveis para proporcionar uma alimentação adequada e equilibrada, o que está levando ao excesso de peso das crianças. Além disso, o arroz estar menos presente entre crianças que passam por acompanhamento nutricional levanta uma hipótese, que pode ser estudada no futuro, de que esse baixo consumo pode estar relacionado a uma prescrição de dieta cetogênica ou baixa em carboidratos.