UMA LEITURA BIOÉTICA SOBRE O LUTO ANTECIPATÓRIO NA MORTE DE MANACÁ DE CHEIRO

  • Antonio Socorro Evangelista
Palavras-chave: Processo de morrer, Bioética, Conflitos, Dor, Luto, Antecipatório

Resumo

No evento da vida, permanecem contínuas reflexões sobre a morte e o processo de morrer,
pois elas envolvem medos, perspectivas, racionalidades técnicas, aspectos culturais e
espirituais que fazem parte deste evento. Foi entre as idas e vidas do evento da vida que
conheci Manacá de Cheiro, uma matriarca amável e serena que havia desenvolvido um câncer
aos 70 anos de idade; naquele momento, aos 72 anos de vida, ela fazia parte dos pacientes em
atendimento paliativo de um hospital público no interior de São Paulo. A leitura bioética da
história de Manacá de Cheiro, que foi transformada em conto, nos possibilita compreender a
sua dor, o seu sofrimento e os conflitos humanos que surgem e são desencadeados no
processo de finitude; ela também facilitou a mediação social que envolvia os aspectos cultural
e familiar relacionados e inseridos no conflito. A forma com que Manacá de Cheiro reagiu
desde que soube de sua doença e principalmente nos momentos que antecederam a sua morte
evidencia o Luto Antecipatório, que em sua história apresenta desconforto e dicotomia entre
seus familiares e a equipe de saúde que o assistia. Esta situação, além de lhe causar
sofrimento, possivelmente o provocava e estimulava a lutar por continuar vivo até que aquela
questão/conflito que o incomodava se resolvesse. Ao saber que seu pedido havia sido
atendido por sua filha, Manacá de Cheiro pôde partir

Biografia do Autor

Antonio Socorro Evangelista

Antonio S. Evangelista é graduado em Psicologia pela Universidade São Francisco, pós-graduado em Fé e
Política pela Universidade Católica do Rio de Janeiro e mestre em Bioética pela Universidade São Camilo/SP.

Seção
Artigos