O CALEIDOSCÓPIO DE OLHARES EM CAFÉ, DE MÁRIO DE ANDRADE

  • Raquel Andrade Machado
Palavras-chave: Mário de Andrade, Café, Narrador, “Flâneur”, Enunciações híbridas

Resumo

O romance Café (1942), de Mário de Andrade, apresenta sua intriga num palco de vários
“eus”, personagens descritas sob o olhar de Chico Antônio, cantador de ganzá norte-riograndense, recém-chegado a São Paulo, para visitar seu pai adotivo. Para demonstrar o modo
baudelairiano de olhar, recupera-se a trajetória do flâneur marioandradiano em analogia ao
olhar poético que lê a cidade, por meio dos fragmentos e índices da sociedade brasileira
moderna do século XX. Neste passeio pela metrópole, a vida urbana nos é revelada pela
narração de histórias com intrigas familiares em releitura pelo narrador, entre falas e silêncios
de sua memória e música cantada. Esse caráter folhetinesco do romance inaugura a dialogia
entre a natureza e o homem cantador, ressaltando a interação cidade e campo, núcleo
construtor da urbe paulistana. Linguagem verbal e não verbal se mesclam ao narrar do
romance híbrido de Mário de Andrade.

Biografia do Autor

Raquel Andrade Machado

Mestranda em Literatura e Crítica Literária e Especialista em Literatura (Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo). Licenciada em Letras (Centro Universitário Padre Anchieta).

Seção
Artigos