PERÍFRASES COM GERÚNDIO E COM INFINITIVO PREPOSICIONADO: REVISITANDO UM DOS ASPECTOS DA HIPÓTESE CONSERVADORA DA FORMAÇÃO DO PB
Resumo
Este trabalho objetivou investigar o uso de perífrases verbais com gerúndio e com infinitivo
preposicionado em textos autênticos, não literários, produzidos entre os séculos XVI e XX em
Portugal, e entre os séculos XVIII e XX no Brasil. Observou-se sua ocorrência e frequência,
de maneira a reunir dados que possibilitassem argumentar a favor ou contra o que defende a
hipótese conservadora, ao afirmar que o uso da perífrase com gerúndio é uma herança do
Português Arcaico que perdura no Português Brasileiro. Pretendeu-se, ainda, observar as
transformações ocorridas no Português Europeu (PE) e no Português Brasileiro (PB),
principalmente em relação a aspectos inovadores da variedade brasileira, considerando sua
evolução. Como referencial teórico, foram revisitados os postulados de alguns defensores da
hipótese conservadora, como Serafim da Silva Neto, Celso Cunha e Volker Noll. A análise
das ocorrências encontradas indicou que já se fazia uso da perífrase com gerúndio no século
XVI, e que tal uso veio a ser substituído em PE, séculos mais tarde, pela perífrase com
infinitivo preposicionado, enquanto em PB seu uso se manteve, confirmando um dos
pressupostos da hipótese conservadora.