O Direito Civil Brasileiro Contemporâneo e a Tutela Jurídica dos Animais

  • Saulo Bichara Mendonça
  • Luiza de Faria
Palavras-chave: Tutela animal, Direito Civil, Direito à vida, PLS nº 351/2015

Resumo

O presente estudo aborda a tutela animal nos termos postos pelo Código Civil brasileiro que os classifica como semoventes, especificamente no capítulo que rege os bens móveis. Realiza-se uma análise empírica, confrontando a norma
pátria com normas estrangeiras, onde se verifica um descompasso, até mesmo certo atraso na forma como o tema é abordado no ordenamento jurídico brasileiro. A pesquisa escrutina o Projeto de Lei do Senado nº 351, de 2015, que ressalta a urgência de modificação da tutela animal, tendo em vista que tais seres, não humanos, são, de acordo com diversos indicativos científicos, seres sencientes, dotados de capacidade de raciocínio e sentimentos. Justifica-se o presente estudo também pelas alterações verificadas na relação do ser humano com o animal, em que os animais não mais são tratados como propriedade, mas membros de um núcleo familiar, consoante se demonstrará pelos precedentes jurisprudenciais constantes em decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça. É importante fomentar o debate acerca da transformação da conceituação dos animais pelo direito civil pátrio, de forma a verificar a nivelação deste com o entendimento que tem predominado de forma global, no qual os animais são tratados não como objeto de direito, mas como sujeito de direitos, tutelados por leis destinadas a regulamentar a preservação do seu direito à vida e proteção contra maus-tratos.

Biografia do Autor

Saulo Bichara Mendonça

Professor Adjunto da Universidade Federal Fluminense. Pós-Doutor em Direito pela UERJ. Doutor em Direito pela UVA, Mestre em Direito pela UGF, Especialista em Direito Público e Relações Privadas e Especialista em Direito do
Trabalho pela UNIFLU. Pesquisador do Grupo de Estudo em Direito e Sustentabilidade Econômica – GEDISE/UFF.

Luiza de Faria

Advogada, Bacharela em Direito pela Universidade Federal Fluminense. Pesquisadora do Grupo de Estudo em Direito e Sustentabilidade Econômica – GEDISE/UFF.

Seção
Artigos