Variáveis explicativas para estresse e resiliência na formação médica

Abstract

O curso de Medicina é conhecido por apresentar diversos fatores estressores que podem prejudicar a qualidade de vida do estudante, ocasionando sofrimento psíquico e risco para a saúde mental; além de interferir no desempenho acadêmico, gerar dificuldades de relacionamento e até no cuidado de seus pacientes. Este estudo teve como objetivo analisar níveis de estresse e resiliência em estudantes de medicina, buscando relacionar essas condições com outras variáveis durante a formação. A pesquisa incluiu 135 alunos, com idade média de 22,8 anos, sendo 73,1% mulheres e 26,9% homens. Para coletar os dados, foram utilizados questionário sociodemográfico e as escalas de Estresse Percebido (PSS-10) e Resiliência Wagnild e Young. Os resultados revelaram que estudantes com menos de 24 anos apresentaram níveis mais altos de estresse e mais baixos de resiliência quando comparados àqueles com mais de 24 anos. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nos escores de estresse e resiliência entre estudantes com ou sem bolsa de estudos, embora bolsistas tenham pontuado ligeiramente mais alto no estresse. A pesquisa também mostrou clara associação entre prática de atividade física e níveis de estresse e resiliência. Os dados indicam que a prática regular de exercícios físicos pode ser um fator protetor.